(Canção para o meu avô)

 

A porta bate atrás de mim,

desta morada que é lar.

Neste dia que chega ao fim,

não há nenhum olhar para me abraçar.

 

Faltas-me tanto que não sei

como lembrar de te esquecer.

A minha memória cheira a limões

e aquece naquela lareira a arder.

 

Piso esse chão velho a ranger

e volto a ser a tua pequena princesa.

É Agosto e volto para te ver,

recebes-me com aletria sobre a mesa.

 

Estas mãos que já não te abraçam,

avô, herdei de ti.

Se a morte não fosse eterna,

ainda te tinha aqui.

 

 

[Foto: Piedade Teixeira]

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