Corpo esguio, pensamento forasteiro,
Cabelo rarefeito, palavras por calar,
Quente tom de pele trigueiro.
Sonhos escavados no olhar.
Olhas além do que a minha vista alcança,
Passo acelerado na bravura.
És-me mais do que sabia,
Conheço agora a desventura.
Leite natado, desavença certa.
“Ela só faz o que quer!” dizes rude.
Do peito enviuvado, a ferida aberta,
Saudades que consomem amiúde.
Corpo esguio, pensamento forasteiro.
De tão iguais, avó,
Nem sei qual de nós serei eu,
Mas sei que nenhuma estará só.
[Foto: António Teixeira & Tânia Teixeira]
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